Publicado em:quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Postado por Unknown
Vigilante que confessou assassinato do advogado Brunno Soares é preso
João José Gomes afirmou à OAB que foi pressionado para assumir crimes. Brunno morreu após festa de comemoração pela eleição do novo senador.
Por G1 MA
Policiais do 7º distrito policial cumpriram mandado de prisão contra o vigilante João José Gomes Nascimento, que teria assumido a autoria dos golpes de faca que mataram o advogado Brunno Eduardo Matos Soares e vitimaram Alexandre Matos Soares, que levou um corte profundo no abdômen, e Kelvin Chiang, de 26 anos, atingido nas costas. De acordo com o delegado Márcio Dominici, que presidiu a operação, ele foi preso em casa, na Vila Janaína, e não reagiu.
João José foi reinquerido pela comissão criada pela Delegacia Geral da Polícia Civil, composta pelos titulares da Delegacia de Homicídios, Jeffrey Furtado e Guilherme Sousa Filho, e do 7º Distrito Policial, Márcio Fábio Dominici.
Nessa segunda-feira (20), o vigilante compareceu à sede da Ordem dos Advogados do Brasil da seccional do Maranhão (OAB/MA), no bairro do Calhau, para negar que tinha sido ele o autor dos golpes de faca que mataram o advogado. O fato ocorreu na madrugada do dia 6 de outubro, durante a festa de comemoração pela eleição de Roberto Coelho Rocha ao Senado, em uma residência, localizada na Rua dos Magistrados, no bairro do Olho d’Água, em São Luís.
Em entrevista à rádio Mirante AM, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, Antônio Pedrosa, afirmou que João José Gomes denunciou à comissão que teria sido orientado de forma errada e que recebeu grande pressão para assumir autoria dos delitos. "Ele disse que o advogado o informou que a melhor forma de se defender era assumir, pois teria benefícios, entre os quais ser preso por poucos dias. Quando condenado, não iria cumprir pena em Pedrinhas e teria benefícios. O delegado assumiria o compromisso de soltá-lo em poucos dias. Segundo os familiares, esse advogado teria sido uma indicação de um outro advogado de Brejo, que seria amigo da família. No entanto, eles não conhecem afetivamente o advogado, que também é de Brejo", afirmou Pedrosa.
O advogado Adaiar Martins, que inicialmente era o defensor do vigilante João José, afirmou em entrevista à rádio Mirante AM que não o orientou a confessar o crime, como ele teria denunciado à comissão dos Direitos Humanos da OAB. "Estou protocolando uma queixa-crime por denunciação caluniosa contra ele e a mãe dele. Ele disse que ia esclarecer os fatos, com a versão que foi aprensentada primeiro. Inclusive, essa conversa foi testemunhada por outro colega. Ele afrimou que viu a briga, que as pessoas chegaram perto dele, e ele, para se defender, reagiu dessa forma que foi apresentada no primeiro depoimento. O que eu ia ganhar com isso? Estou à disposição para esclarecer esses fatos", afirmou Adaiar Martins.
A Ordem vai indicar um novo advogado para o caso e o advogado Adaiar Martins será inquirido pelos integrantes da Comissão de Prerrogativa da OAB/MA para dar explicações sobre essa denúncia. “Essa atitude do doutor Hadaiar é muito suspeita, pois o máximo que um advogado de defesa pede ao seu cliente é que fale apenas na presença do juiz, e ainda iremos verificar se existe algum tipo de ligação dele com os outros acusados”, frisou Pedrosa.
Além do vigilante, também está preso o homem identificado como Carlos Humberto Marão Filho, 38, suspeito de participar da briga que resultou na morte do advogado Brunno Soares. Ele foi preso e encaminhado para a Delegacia do Cohatrac.
Reunião
O subdelegado geral da Polícia Civil, Augusto Barros, realizou na segunda-feira uma reunião com a comissão composta pelos titulares da Delegacia de Homicídios, Jeffrey Furtado e Guilherme Sousa Filho, e do 7º Distrito Policial, Márcio Fábio Dominici, que está designada para concluir os autos complementares do inquérito policial sobre o caso.
O encontro ocorreu na sede da Secretaria de Segurança Pública, na Vila Palmeira. Segundo o delegado Guilherme Sousa Filho, a reunião serviu para traçar os novos caminhos do trabalho investigativo sobre o caso. Ele frisou que a comissão tem 30 dias para concluir todo o serviço e, no decorrer desses dias, ocorrerão novos depoimentos, imagens de circuito de segurança serão analisadas e resultados de perícias coletados e anexados ao inquérito. Somente no término do trabalho está prevista para ocorrer a reprodução simulada dos fatos.
Ele explicou que o delegado Márcio Fábio Dominici enviou o inquérito policial à Justiça, no último dia 16, porque houve a necessidade de atender ao prazo judicial. “Como aconteceu a prisão em flagrante de Carlos Humberto Marão Filho, 38 anos, caso não atendesse ao prazo de 10 dias, poderia abrir uma lacuna para o relaxamento da prisão do suspeito. Mas o inquérito foi para a Justiça com o pedido de devolução”, explicou o delegado.
Uma comissão de delegados foi criada pela Delegacia Geral da Polícia Civil, na sexta-feira (17), com o dever de explicar às contradições que ocorreram durante o trabalho investigativo, principalmente no tocante às declarações apresentadas para a polícia tanto pelos acusados quanto pelas vítimas.
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