Publicado em:quinta-feira, 23 de outubro de 2014
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Vigia muda depoimento e PF deve entrar no caso

João Gomes confirma presença no dia da morte do advogado Brunno, mas nega envolvimento no crime. Polícia Federal pode auxiliar nas investigações


Uma comissão criada pelo delegado Augusto Barros, da Delegacia Geral da Polícia Civil, composta pelos titulares da Delegacia de Homicídios, Jeffrey Furtado e Guilherme Sousa Filho, além de Márcio Fábio Dominici (7º DP) está empenhada para elucidar o caso. A Polícia Federal deverá reforçar a equipe de investigações.

Segundo Augusto Barros, com a nova versão do vigia, houveram mudanças na representação do acusado com a orientação de um novo advogado. “O que nos sentimos é que o vigia está tendo dificuldade em se expressar. A sua estratégia de defesa não está definida e com isso surgem versões antagônicas”, disse. Ele afirmou que o vigilante parece estar com receio de falar algo que o comprometa. “Ele foi mais econômico nas palavras. Confirmou efetivamente que estava no dia e hora no local, mas, os atos propriamente ditos de ter utilizado a faca ou não, de ter atacado ou não, ele preferiu ficar calado e depois negou qualquer participação no crime”, afirmou.

Para não atrapalhar as investigações, o delegado não entrou em detalhes sobre as contradições e novidades do inquérito. O vigia João Gomes foi detido e está no Centro de Triagem de Pedrinhas. O delegado Augusto Barros enfatizou que “assim que o inquérito retornar da justiça para novo prazo, será iniciada uma série de inquirições, em que novas pessoas serão ouvidas e quem já falou será ouvido de novamente, além da avaliação dos resultados da perícia e implementação de novas técnicas para a investigação”, explicou. Ainda não há previsão para a elucidação do crime.

Reunião

Na manhã de ontem, foi realizada uma Reunião Ordinária da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia Legislativa do Maranhão. O encontro foi marcado com o intuito de ouvir a mãe do vigia João Gomes, que na semana passada declarou-se culpado de assassinar o advogado Brunno Matos, mas agora se diz inocente. Ela não compareceu.

A mãe do vigia é veemente quanto à inocência do seu filho e ainda alega que ele foi vítima de coação pelo seu, agora ex, advogado de defesa, que na época teria instruído o vigia a se declarar culpado em troca de uma pena mais branda e o cumprimento dela em unidade fora do Complexo de Pedrinhas.

A mãe de João Gomes não pôde comparecer à reunião por motivos particulares. O presidente da comissão, o deputado Bira do Pindaré, afirmou que a Comissão possui grande interesse em ouvi-la e está disposta a encontra-la no local e horário que melhor lhe convir. O advogado da família de Brunno Matos estava presente na reunião e expôs os novos fatos para a comissão. “Estamos à disposição da família. Iremos cobrar os responsáveis para que as averiguações sejam feitas, não somente sobre assassinato, mas ambém sobre o suposto crime de coação e as intenções dele”, disse o Deputado Bira.

O presidente da comissão da OAB, Antônio Pedrosa, já havia afirmado que não há nenhuma prova contra João Gomes, apenas sua confissão. Se confirmada a tese apresentada pela família do vigilante, as suspeitas do crime voltam-se para o já detido Carlos Humberto Marão Filho e seu sobrinho, o universitário Diego Polary.

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