Publicado em:domingo, 5 de outubro de 2014
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Iziane ataca renovação, vê seu ciclo encerrado e já espera nova queda

Jogadora maranhense teceu críticas pesadas à Seleção Brasileira de basquete.

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Foto: Biaman Prado/O Estado
Com o conformismo de quem já não tem mais qualquer esperança de voltar a defender a Seleção Brasileira, a ala Iziane se sente à vontade para criticar a equipe nacional que fracassou no Mundial de basquete da Turquia. A grande revelação do país na década passada conversou com a Gazeta Esportiva pouco depois de assistir à derrota por 61 x 48 para a França (foi a pior pontuação do Brasil no torneio desde a instituição da linha de três pontos), a quarta em três jogos disputados. Falou baixo, chegando a aparentar timidez, porém com a mesma contundência de outros tempos.
“A campanha do Brasil no Mundial ficou dentro do que já era esperado. Decidiram promover uma renovação e comprometeram quem realmente merecia estar lá. As melhores jogadoras do mercado brasileiro no momento não foram chamadas. Aí, o resultado só poderia ser esse mesmo. Era impossível ganhar de equipes significativas. Vencemos apenas o Japão, que era tão frágil quanto o Brasil”, atacou Iziane.
O Brasil do técnico Luiz Augusto Zanon tem média de idade de quase 25 anos. Apenas três atletas entre as convocadas para o Mundial da Turquia já possuíam experiência na competição – Adrianinha, recém-aposentada da Seleção aos 35 anos, a novata Damiris, de 21 anos, e Érika, que tem os mesmos 32 anos de Iziane.
“Não tenho nem ideia do porquê de não chamarem as melhores. Existe uma mentalidade errada de renovação. É importante renovar, sim. Eu mesma e a Érika somos frutos de uma renovação, mas fomos lançadas no meio de jogadoras maduras [eram as mais jovens no Mundial de 2002]. É assim que se faz. A visão de hoje está errada. Vão jogar agora a desculpa de que a equipe é renovada, de que está se preparando. Mas se preparando para quando?”, continuou a contestar a ala.
De certa forma, Iziane advoga em causa própria. Considerada a melhor jogadora do Brasil na época, já com passagens destacadas pela WNBA, ela acabou excluída da Seleção Brasileira pela então diretora Hortência pouco antes das Olimpíadas de Londres, em 2012. Ficou marcada por levar o namorado para dormir em seu quarto na concentração da equipe, na França, e nunca mais recebeu uma nova oportunidade.
“Não sei dizer se é uma injustiça. A Seleção Brasileira tem um novo técnico, uma nova administração. Não sei o que se passa na cabeça deles para não me convocarem. Não sei se existe algum receio em relação ao meu passado ou se é esse negócio de renovação. Não posso responder. Só perguntando a essa comissão técnica”, lamentou.
Quatro anos antes da polêmica na concentração brasileira, Iziane já havia ficado fora dos Jogos Olímpicos de Pequim. Ela se desentendeu com o então treinador Paulo Bassul ao se recusar a retornar à quadra em uma partida do Pré-Olímpico de 2008, na Espanha, depois de ser substituída.
Iziane, quarta colocada nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, já não tem mais esperanças de apagar as decepções de 2008 e 2012 e ir aos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. “Nenhuma, nenhuma. Faz dois anos que não sou convocada. Existe um novo técnico no Brasil, uma nova administração. Se não fui chamada agora, serei daqui a dois anos?”, questionou. “Não é frustrante porque já não tenho a expectativa. Só fico triste pelo basquete brasileiro, que precisa ter as suas melhores jogadoras”, repetiu.
A distância, como uma “mera torcedora”, a ala é pessimista sobre as chances de o basquete feminino do Brasil se reabilitar nas Olimpíadas disputadas dentro de casa após a campanha pífia no Mundial. “Não encaro o que aconteceu como uma vergonha. Existe uma debilidade no time. Temos uma deficiência. Infelizmente, não acredito que haverá um salto de qualidade de uma hora para outra. O time é o que temos aí. Uma medalha é muito improvável”, advertiu.
Por fim, Iziane ainda garantiu que procura fazer a sua parte para o esporte nacional evoluir. Mesmo longe da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Em 2011, ela ajudou a fundar o Maranhão Basquete em sua cidade, São Luís, e tem incentivado o surgimento de novos jogadores. “É um trabalho constante. Tive essa mentalidade quando voltei a jogar no Brasil, abrindo portas para uma nova região, o que possibilitou outras pessoas a fazerem o mesmo. Essa é a minha contribuição. Acabei de criar também o meu instituto, auxiliando muito o esporte local. Estou puxando essa área”, sorriu a ala, com o espírito renovado.
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