Publicado em:sábado, 6 de setembro de 2014
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VLT completa dois anos em São Luís sem nenhuma utilização

Passados dois anos, o VLT, que custou R$ 7 milhões, está guardado em um galpão e sem previsão de funcionamento.

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Foto: Divulgação
Depois de desmontado da plataforma
Em 5 de setembro de 2012, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) chegava a São Luís com a promessa de melhorar a mobilidade urbana na capital maranhense. Passados exatamente dois anos, o veículo não passa hoje de uma sucata empoeirada e sem utilidade, que está guardado em um galpão da empresa Transnordestina Logística S.A., no Tirirical, onde funcionou a Reffsa, longe dos olhos da sociedade.
A estratégia da atual administração municipal é justamente essa: esconder o VLT da população para que as pessoas esqueçam que ele não passou de um projeto fracassado e que atualmente não há previsão para que funcione e atenda às necessidades dos usuários de transporte público da cidade, que diariamente sofrem com a precariedade dos ônibus que compõem a frota da capital maranhense.
Aquisição - Comprado por R$ 7 milhões, o VLT foi adquirido no ano de 2012 pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB) às vésperas das eleições municipais. Desde o início das obras de instalação, o veículo foi considerado um projeto eleitoreiro, utilizado para alavancar uma eventual reeleição de Castelo, que acabou perdendo o pleito de outubro daquele ano, no segundo turno, para o atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC).
Durante sua administração, João Castelo garantiu que o VLT entraria em operação inicialmente do Anel Viário ao Bairro de Fátima e que outras linhas seriam criadas posteriormente, para atender aos anseios dos moradores da cidade. Porém, tudo não passou de falácia.
Apesar desse meio de transporte ter sido adquirido durante a gestão de Castelo como chefe do executivo municipal, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, ao assumir a Prefeitura, determinou a formação de comissões para avaliação de projetos, entre eles o do VLT. Porém, ele está se mostrando incapaz de resolver esse e diversos outros problemas deixados pelo seu antecessor, pois o veículo em vez de ser utilizado, foi desmontado da plataforma onde estava instalado depois de mais de um ano sem utilização, no Aterro do Bacanga, e guardado em dezembro de 2013, em um galpão no Tirirical, onde permanece sem utilidade e previsão para sair de lá.
Os R$ 7 milhões retirados dos cofres públicos e gastos na compra do VLT poderiam ter sido investidos na melhora de outros setores, como educação e saúde, que carecem de mais atenção da administração municipal, já que a utilização do veículo sequer havia sido realmente cogitada. Prova disso foi dada pelo ex-titular da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Carlos Rogério Araújo, que afirmou, em dezembro do ano passado, que administração de João Castelo não produziu nenhum projeto executivo de implantação do VLT. Ainda segundo ele, nos arquivos da Prefeitura foram localizados apenas estudos simplificados de concepção e que foram prontamente questionados por conterem equívocos graves.
O deputado estadual Neto Evangelista (PSDB) - que nas eleições de 2012 era o candidato a vice-prefeito na chapa de Castelo - afirmou que existia um projeto para a implantação do VLT na capital maranhense. O projeto deixado por João Castelo, segundo Evangelista, previa duas linhas iniciais de circulação do veículo: a primeira sairia da Praia Grande e se estenderia até o aeroporto do Tirirical e a segunda teria como destino a área Itaqui-Bacanga.
Durante todo o período que o VLT esteve em São Luís, a única viagem realizada foi um teste de tráfego no trecho de 800 metros, do ponto que segue do fundo do Terminal de Integração da Praia Grande, na Avenida Beira-Mar, até as proximidades do Mercado do Peixe - único que chegou a ser construído na capital. Desde então, o veículo permaneceu parado no terminal, se deteriorando pela ação do tempo e da atuação de marginais que também contribuíam para a depredação do meio de transporte.
Remoção - Sem nunca ter de fato sido utilizado para seu propósito original, o transporte de passageiros, o VLT foi desmontado em dezembro do ano passado e levado para o galpão da Transnordestina Logística S.A., no Tirirical, onde permanece até hoje. O transporte dos vagões que formam o veículo foi feito pela empresa cearense Bom Sinal, fabricante do veículo.
Antes mesmo de ser desmontado, o VLT já não tinham mais condições de funcionamento. Ele estava com diversos sinais de depredação, com as janelas e portas quebradas; bancos enferrujados; o painel eletrônico coberto de poeira, entre outros desgastes, que inviabilizavam sua utilização.
O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís para saber se existe algum estudo ou projeto em análise para colocar o VLT em funcionamento, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi obtida.

Mais

O moderno sistema de transporte de massa deveria entrar em operação em dezembro de 2012, conforme anunciou na época o ex-prefeito João Castelo, mas nem o primeiro trecho de trilhos foi concluído. Cada vagão do VLT tem 18 metros de extensão, formando o veículo de 36 metros, com seis portas que abrem simultaneamente e capacidade para 358 pessoas, 96 sentadas e 262 em pé.

Detalhes do VLT

O VLT chegou a São Luís no dia 5 de setembro de 2012
Custou aos cofres do Município R$ 7 milhões pagos è empresa cearense Bom Sinal Indústria e Comércio Ltda.
Cada vagão custou R$ 3,5 milhões
O VLT tem capacidade para cerca de 20 mil passageiros/hora
Tem velocidade média de até 100 km/h
Em São Luís, foi projetado para instalação de até 7 linhas
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