Publicado em:sábado, 24 de maio de 2014
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Greves de rodoviários em Cuiabá, Teresina e São Luís seguem sem acordo


Adriano Augusto / VC no Imirante (via WhatsApp)
A exemplo de São Paulo, trabalhadores de outras três capitais suspenderam o sistema de transporte público, por meio de greves. Em Cuiabá, 100% da frota está parada, segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Coletivo (Stett). A situação prejudica cerca de 200 mil usuários desse tipo de transporte. Em São Luis, a prefeitura informou que apenas 60% da frota está operando para atender aos 740 mil passageiros que, diariamente, fazem uso do transporte público. E em Teresina, apenas metade da frota circula para dar conta da demanda de 120 mil passageiros.
A prefeitura de Cuiabá aguarda a negociação entre trabalhadores e empresa. Caso um acordo não seja possível, ela acionará a Justiça, segundo informou a Secretaria de Comunicação da administração municipal. O secretário adjunto de Comunicação, Orlando Morais, disse que, apesar de o sindicato informar que 100% da frota não está operando, há ônibus circulando pela cidade.
“Desde domingo (18), quando a greve iniciou, estamos fiscalizando se está sendo cumprida a determinação feita pela Justiça, de que pelo menos 70% da frota esteja nas ruas. Há fortes indícios de que, em diversos momentos, isso não foi cumprido pelos grevistas”, acrescentou.
Morais explica que os maiores prejuízos estão sendo contabilizados no comércio da cidade. “Há muitos funcionários faltando e muitas compras sendo adiadas pelos consumidores”, relatou à Agência Brasil. Ele descarta possibilidade de aumento da tarifa do transporte.
O sindicato que representa os rodoviários, em Cuiabá, informou que os trabalhadores pedem reajuste de 7,15% para que o salário passe dos atuais R$ 1.680 para R$ 1,8 mil. Pedem também que a gratificação paga com o salário passe de R$ 220 para R$ 250 e vale alimentação no valor de R$ 400.
Na avaliação do Stett, as negociações não estão avançando. Ontem (22), as comissões que representam os trabalhadores na negociação se reuniram e, em seguida, comunicaram que será difícil garantir os 70% da frota, já que a categoria não concorda com a proposta apresentada pelas empresas: 4,63% de aumento salarial, podendo chegar a 5,18%. Caso não cumpra a determinação judicial, o sindicato poderá ter que pagar multa de R$ 30 mil.
Em Teresina, a greve teve início ontem. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Piauí, Francisco das Chagas Oliveira, metade da frota está parada. “Mas não é de agora que as pessoas estão sendo prejudicadas. Faz muito tempo que isso acontece porque nem prefeitura nem empresas estão interessadas em resolver os problemas. Agora está tudo acumulado”.
Chagas diz que a greve vai além do pleito por aumento salarial de 10%, do aumento de R$397 para R$ 450 no tíquete alimentação de R$ 450, R$ 153 a mais que o atual, e da redução da jornada de 7h20 diárias para 6h. Os trabalhadores querem melhorias no sistema de transporte.
”Queremos o aumento da frota porque é devido ao transporte de má qualidade que as pessoas usam carros e tornam o trânsito engarrafado. Queremos também ônibus com ar-condicionado, porque o calor aqui é grande principalmente pelos motores dos veículos ficarem na parte da frente. Por esse motivo, reivindicamos que, nos novos veículos, os motores estejam localizados na parte traseira”. Durante as negociações, a proposta patronal de aumento linear de salário e tíquete em 8% foi rejeitada.
Com dois dias de greve de rodoviários, São Luís está tendo dificuldade para atender aos 740 mil passageiros que usam diariamente o transporte público. De acordo com a Secretaria de Transporte Público, a determinação do Tribunal Regional do Trabalho para que seja mantida 70% da frota em operação não está sendo cumprida.
A prefeitura informou que apenas 60% dos ônibus estão circulando, prejudicando cerca de 250 mil pessoas. A Agência Brasil tem tentado falar com o secretário municipal de Trânsito e Transportes, Canindé Barros desde, a manhã de hoje, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.
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