Buracos, poças de esgoto e poeira foram os problemas que levaram os moradores da Rua Nova, no bairro do Anil, a interditarem o local, onde não trafegam carros e ônibus desde segunda-feira (14). A reportagem do Imiriante esteve na região, nesta sexta-feira (18), para ver de perto a situação da comunidade.

A moradora Lousiene Bruzaca pausa a limpeza de sua casa para dar seu depoimento. Ela relata que, apesar de todo o barro trazido com o desgarte do asfalto, ela tenta manter a coloração branca do piso. "O Anil está um bairro precário de infraestrutura. As ruas estão cheias de buraco. Isso está prejudicando a gente. Minha mãe já teve pneumonia. Todos são alérgicos aqui em casa, então todo dia tenho que lavar a calçada e o piso para ficar dssa cor [branca], a gente tem que passar cloro", conta a autônoma, que cobriu as janelas com sacos plásticos para amenizar os riscos à saúde.

O problema, segundo a Lousiene, é enfrentado pelos moradores e por quem passa pelo local há cerca de 40 anos. O vendedor Ademar Viegas, tem um comércio na rua, que, segundo ele, já teve prejuízos de 50% nas vendas e reclama, também, da poeira. "O carro pasa e leva a poeira, e você deve imaginar o mal que faz", afirma. Ele reclama que, neste cinco dias de protesto, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) não apareceu no local para ouvir os moradores e averiguar a situação. "Ninguém veio aqui ainda. Nós vamos fechar a avenida principal se continuar assim", acrescenta.

Em nota, a Semosp afirmou que o local já passou por análises técnicas e que estará incluído no cronograma de exceução das próximas obras na capital. Leia, abaixo, a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informa que levantamentos técnicos já foram realizados na Rua Nova, do Anil, a fim de que seja inclusa no programa de melhorias e recuperação da pavimentação de Ruas e Avenidas da capital. As obras entrarão no cronograma de execução tão logo sejam concluídas as avaliações.

A Semosp reforça ainda que os serviços de reparo estão sendo intensificados pelas equipes. As obras de recuperação da malha viária ocorrem de forma acelerada, já tendo abrangido somente no mês de junho, além das principais avenidas e corredor de ônibus, dezenas de ruas de bairros da capital.

Tráfego

O bairro é servido com três linhas de ônibus - Pequizeiro, Pão de Açúcar e Pedra Caída - que tiveram o percurso alterado devido ao bloqueio na Rua Nova. Porém, o desvio tem sido feito por ruas que nem sequer são asfaltadas. A cortina de poeira deixa o rastro no portão dos moradores, que precisam lavar diariamente, para evitar graves consequências.

O estudante Suel de Amorim explica que os moradores da Rua 1, por onde os ônibus passam agora, acabaram com um problema ainda maior que a falta de pavimentação. "O protesto está só lá embaixo por enquanto. Mas a poeira aqui está enorme. A rua nunca teve asfalto", reclama.

Problemas se repetem

Além dessas ruas citadas, as vizinhas Giordano Mochel e Travessa São Jorge, também, apresentam as fortes marcas do descaso. Na última, o Imirante já esteve há quatro meses, e a via continua com problemas no asfalto por toda a extensão. Na Rua Giordano Mochel, os moradores sofrem com a falta de asfalto.

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