Publicado em:sábado, 26 de julho de 2014
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Aterro da Ribeira é única via de acesso aos moradores do Cinturão Verde

Apesar de estar sendo fechado, o aterro sanitário da Ribeira incomoda os agricultores.

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O fechamento dos lixões a céu aberto no Brasil é uma meta que deve ser alcançada até o fim deste ano, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. No entanto, muitas cidades do Brasil ainda estão em lento processo de adequação.
Em São Luís, o aterro da Ribeira está em fase de fechamento. Segundo a prefeitura da cidade, a destinação final de resíduos urbanos será a Central de Tratamento de Resíduos (CTR).
Aterro sanitário da Ribeira. Foto: Gustavo Sampaio/Imirante.com
“(A CTR) corresponde à adequação à lei 12.305, que regulamenta o funcionamento de novos aterros sanitários. O novo local atende às exigências como distanciamento da população, combate à poluição e ao descarte inadequado dos resíduos”, afirmou a prefeitura, por meio de nota.
Apesar de o trabalho de finalização do lixão estar sendo feito, há uma comunidade de agricultores que sofre, diretamente, com o mau cheiro e a contaminação do lugar. Bem próximo ao aterro sanitário da Ribeira existe a Associação Cinturão Verde. E o único meio de os moradores saírem entrarem no bairro é passando por dentro do lixão.
Foto: Gustavo Sampaio/Imirante.com
“Aqui é ruim demais, primeiro que não temos ônibus e não temos outro modo de sair daqui se não for pelo lixão. Às vezes, quando chove, o cheiro de lá chega até aqui. Eu tenho medo por causa desse lixo”, disse a agricultora Áurea Dulce, que vive há 14 anos no Cinturão Verde.
Moradora do Cinturão Verde, Áurea Dulce. Foto: Gustavo Sampaio/Imirante.com
Outra moradora que vive há quase três anos no local, afirma que tem medo dos filhos serem prejudicados pela proximidade do lixão.
“Eu tenho três filhos e tenho medo deles adoecerem, pois aqui o risco de contaminação é grande”, explicou Vanice Silva.
A comunidade Cinturão Verde foi fundada em 1999. O local foi destinado à realização da agricultura familiar na zona rural de São Luís. Apesar de terem um meio de adquirir renda, os moradores do local se sentem prejudicados com a proximidade do lixão, e por não ter outro local para sair do bairro sem ser por dentro do aterro sanitário.
Ao que tudo indica, os moradores do Cinturão Verde vão continuar vivendo próximo a um depósito de lixo, pois, embora o aterro sanitário esteja sendo fechado, o local passará a receber resíduos inertes, que são produtos que não sofrem qualquer tipo de alteração em sua composição com o passar do tempo, como entulhos, sucata de ferro e aço. No local, segundo a prefeitura, será construída uma usina de reciclagem para o tratamento desse tipo específico de lixo, cujos derivados serão revendidos para empresas de construção civil.
Mas a solução para o problema de destino do lixo em São Luís não depende apenas do fechamento do aterro sanitário, mas de uma política de recolhimento mais adequada.
Na semana passada, o Imirante.com publicou duas reportagens mostrando que a existência de aterros clandestinos, criados e alimentados pela própria população. Nos locais, há muita concentração de lixo sem nenhum tipo de seleção de resíduos, contribuindo com a proliferação de doenças. Além disso, as reportagens mostram que o fim lixões ainda está longe de ser realidade no Maranhão.
Seminário sobre Resíduos Sólidos
Nessa quinta-feira (24) e sexta-feira (25), São Luís recebeu Seminário sobre Resíduos Sólidos, para qualificar integrantes do Ministério Público e de instituições que atuam na esfera ambiental para traçar ações conjuntas em busca do cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Segundo a PNRS, os municípios brasileiros têm até o dia 4 de agosto para instalar e operar sistemas adequados de destinação de resíduos, dando fim aos lixões, que são depósitos ilegais. As prefeituras também devem elaborar, aprovar e implementar os Planos Municipais de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, previstos nos artigos 18 e 19 da Lei nº12.305/2010.
De acordo com a administração pública de São Luís, “a prefeitura está revisando o Plano Municipal de Resíduos Sólidos em mesa permanente de diálogo com ampla participação da sociedade civil, contemplando o potencial de geração de emprego e renda, de sustentabilidade e de educação ambiental, necessários à discussão do tema e alinhadamente à determinação do governo federal”, afirmou a prefeitura por meio de nota.
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